Stahl, G., Koschmann, T., & Suthers, D. (2006). Computer-supported
collaborative learning: An historical perspective. In R. K. Sawyer (Ed.),
Cambridge handbook of the learning sciences (pp. 409-426). Cambridge, UK:
Cambridge University Press. Available at http://GerryStahl.net/cscl/CSCL_English.pdf
in English, http://GerryStahl.net/cscl/CSCL_Chinese_simplified.pdf
in simplified Chinese, http://GerryStahl.net/cscl/CSCL_Chinese_traditional.pdf
in traditional Chinese, http://GerryStahl.net/cscl/CSCL_Spanish.pdf
in Spanish, http://GerryStahl.net/cscl/CSCL_Portuguese.pdf
in Portuguese, http:/
GerryStahl.net/cscl/CSCL_German.pdf in German, http://GerryStahl.net/cscl/CSCL_Romanian.pdf
in Romanian, http://GerryStahl.net/cscl/CSCL_Japanese.pdf
in Japanese. Translations by permission of Cambridge University Press.
Gerry Stahl, Timothy
Koschmann, Dan Suthers
Traduzido por: Hugo Fuks, Tatiana
Escovedo (Portugus do Brasil)
A Aprendizagem Colaborativa
com Suporte Computacional (CSCL) um ramo emergente das cincias da
aprendizagem que estuda como as pessoas podem aprender em grupo com o auxlio
do computador. Como ser visto neste artigo, at mesmo esta simples sentena
esconde uma complexidade considervel. A interao da aprendizagem com a
tecnologia revela-se bastante complexa. A incluso da colaborao, da mediao
pelo computador e da educao a distncia problematizaram a noo de
aprendizagem e levantaram questes referentes a premissas anteriores sobre como
estudar este tema.
Como em muitos ramos ativos
da pesquisa cientfica, a CSCL relaciona-se de forma complexa com disciplinas
estabelecidas, evolui de forma difcil de precisar e inclui contribuies
importantes que parecem incompatveis entre si. A rea da CSCL tem uma longa
histria de controvrsias sobre sua teoria, mtodos e definies. Alm disso,
importante entender a CSCL como uma viso do que possvel alcanar usando
computadores, e de quais pesquisas devem ser desenvolvidas, e no como um corpo
estabelecido de experimentos aceitveis e de prticas de ensino. Ns
comearemos a partir de algumas noes comuns extradas de artigos sobre CSCL e
gradualmente revelaremos sua natureza mais complexa. Iremos rever o
desenvolvimento histrico da CSCL e apresentar nossa perspectiva do seu futuro.
Assim como o estudo de
formas particulares de aprendizagem, a CSCL est intimamente relacionada com a
educao. Ela se aplica a todos os nveis da educao formal, desde o jardim de
infncia at a graduao, e tambm educao informal, como por exemplo museus.
A importncia dos computadores para a CSCL crescente, levando polticos
ativos no campo da educao no mundo todo a aumentar o acesso de estudantes a
computadores e Internet. A idia de estimular alunos a aprenderem em grupos
pequenos tambm vem sendo enfatizada nas cincias da aprendizagem mundo afora.
Entretanto, a habilidade de combinar essas duas idias (suporte computacional e
aprendizagem colaborativa, ou tecnologia e educao) para efetivamente
enriquecer o aprendizado demanda um desafio que cabe CSCL investigar.
Computadores em sala de
aula so freqentemente vistos com ceticismo. Eles so vistos por crticos como
entediantes e anti-sociais, santurios para nerds
e uma forma mecnica e desumana de treinamento. A viso na qual a CSCL est
baseada exatamente a oposta: ela prope o desenvolvimento de novos softwares
e aplicaes que propiciem a aprendizagem em grupo e que ofeream atividades
criativas de explorao intelectual e interao social.
A CSCL teve sua ascenso
nos anos 1990, como reao aos softwares que obrigavam os alunos a aprender de
forma individual e isolada. O potencial da Internet em conectar pessoas de
formas inovadoras estimulou a pesquisa em CSCL. Durante o desenvolvimento da
CSCL, os problemas de design, disseminao, e o aproveitamento efetivo das
vantagens oferecidas pelos softwares educacionais inovadores tornaram-se cada
vez mais aparente. Tornou-se necessria uma real transformao do conceito de
aprendizagem, envolvendo mudanas significativas na escola, no ensino e no modo
de ser aluno.
A CSCL freqentemente
combinada com e-learning, que consiste na organizao da instruo atravs de
redes computacionais. O e-learning muitas vezes estimulado pela crena
ingnua de que o contedo da aula pode ser digitalizado e disseminado para um
grande nmero de alunos com baixo envolvimento contnuo de professores ou
custos adicionais, tais como construo e transporte. Esta viso apresenta
vrios problemas.
Em primeiro lugar, no
verdade que a publicao do contedo, tal como slides, textos ou vdeos,
implica em instruo efetiva. Tais contedos podem prover recursos importantes
para os alunos, assim como os livros sempre fizeram, mas eles s podem ser
efetivos dentro de um contexto mais interativo com muita motivao.
Em segundo lugar, o ensino
online requer no mnimo tanto esforo da parte dos professores como quando eles
ensinam na sala de aula. O professor precisa no s preparar contedos e
torn-los disponveis no computador, ele tambm precisa motivar e guiar cada
aluno, atravs de interao contnua e da sensao de presena. Ainda que o
ensino online possibilite a participao de alunos do mundo todo e tambm que
os professores trabalhem de qualquer lugar desde que conectados Internet, o
ensino online implica num aumento significativo do esforo do professor por
aluno.
Em terceiro lugar, a CSCL
impe a colaborao entre os alunos; eles no esto simplesmente reagindo
isoladamente a contedos publicados. Neste caso, a aprendizagem acontece
atravs das interaes entre os alunos. Eles aprendem atravs das suas
perguntas, perseguindo conjuntamente linhas de raciocnio, ensinando um ao
outro e vendo como os outros esto aprendendo. Suporte computacional para este
tipo de colaborao crucial para uma abordagem CSCL em e-learning. Estimular
e manter uma interao produtiva entre alunos algo difcil de se alcanar e
requer planejamento estratgico, coordenao e a implantao de currculo,
pedagogia e tecnologia apropriados.
Em quarto lugar, CSCL
tambm abrange a colaborao face-a-face (F2F). Aprendizagem com suporte
computacional nem sempre se manifesta por meio da comunicao online; o suporte
computacional pode envolver, por exemplo, uma simulao computacional de um
modelo cientfico ou de uma representao interativa compartilhada. Neste caso,
a colaborao focada na construo e explorao da simulao ou
representao. Alternativamente, um grupo de alunos pode usar um computador
para navegar pela Internet e discutir, debater e apresentar o que eles
aprenderam colaborativamente. O suporte computacional pode tomar a forma de
interao a distncia ou face-a-face, tanto sncrona quanto assincronamente.
O estudo da aprendizagem em
grupos comeou muito antes da CSCL. Mesmo nos anos 1960, antes do aparecimento
dos computadores pessoais interconectados, havia uma investigao significativa
sobre aprendizagem colaborativa realizada pelos pesquisadores de educao. A
pesquisa sobre grupos pequenos tambm tem uma longa histria dentro da
psicologia social.
Para diferenciar CSCL desta
investigao preliminar sobre aprendizagem em grupo, deve-se distinguir a aprendizagem
cooperativa da colaborativa. Em uma discusso detalhada sobre
esta distino, Dillenbourg (1999a) generalizou-a da seguinte forma:
Na cooperao, os parceiros repartem o trabalho, resolvem as sub-tarefas
individualmente e ento juntam os resultados parciais em um resultado final. Na
colaborao, os parceiros fazem o trabalho 'conjuntamente'. (p. 8)
Posteriormente, ele
referenciou a definio de colaborao de Roschelle & Teasley (1995):
Este captulo apresenta um estudo de caso com o intuito de exemplificar o uso do computador como
ferramenta cognitiva
para a aprendizagem que ocorre socialmente. Ns investigamos uma forma particular e importante de
atividade social, a construo colaborativa de novos conhecimentos para a
resoluo de problemas. A colaborao um processo atravs do qual
indivduos negociam e compartilham entendimentos relevantes resoluo do problema em
questo.... A colaborao uma atividade coordenada e sncrona, resultado de uma
tentativa contnua de construir e manter um entendimento compartilhado de um problema. (p.
70, nfase adicionada)
Para um pesquisador de
educao, este um contraste significante. Na cooperao, a aprendizagem
realizada por indivduos que contribuem com seus resultados individuais e
apresentam a sua agregao como o produto do grupo. Aprender em grupos
cooperativos visto como algo que se realiza individualmente – e deste
modo pode ser posteriormente estudado com os conceitos e mtodos tradicionais
da pesquisa em educao e psicologia.
Em contraposio, na caracterizao
da colaborao feita por Roschelle & Teasley, a aprendizagem ocorre
socialmente de modo similar construo colaborativa do conhecimento.
Certamente, os indivduos esto envolvidos como membros do grupo, mas as
atividades nas quais eles esto engajados no so atividades de aprendizagem
individual, mas sim nas interaes do grupo, como negociao e
compartilhamento. Os participantes no se isolam para realizar atividades
individualmente, mas mantm-se engajados em uma tarefa compartilhada que construda
e mantida pelo e para o grupo como tal. A negociao colaborativa e o
compartilhamento social daquilo que entendido
pelo grupo – fenmeno
central da colaborao – no pode ser estudado pelos mtodos tradicionais
da psicologia.
Como vimos, aprendizagem
colaborativa envolve indivduos como membros do grupo, mas tambm envolve
fenmenos como a negociao e o compartilhamento dos entendimentos –
incluindo a construo e a manuteno das concepes compartilhadas das tarefas
– que so cumpridas interativamente atravs de processos em grupo.
Aprendizagem colaborativa envolve aprendizado individual, mas no se limita a
isto. A dicotomia entre a viso que enxerga a aprendizagem colaborativa como um
processo do grupo versus a que a enxerga como uma agregao de mudanas
individuais o dilema central da CSCL.
Estudos preliminares da
aprendizagem em grupo tratavam a aprendizagem fundamentalmente como um processo
individual. O fato de indivduos trabalharem em grupo era tratado como uma
varivel contextual que influenciava a aprendizagem individual. J na CSCL, a
aprendizagem analisada como um processo do grupo; sem desconsiderar a anlise
da aprendizagem individual. Isto torna a metodologia da CSCL nica, como veremos
neste artigo.
At certo ponto, a CSCL
uma reao a tentativas anteriores de se usar a tecnologia na educao e de se
entender o fenmeno da colaborao usando mtodos tradicionais das cincias da
aprendizagem. Estas cincias ampliaram o foco estreito da aprendizagem
individual para poder incorporar tanto a aprendizagem individual como a do
grupo. A evoluo da CSCL seguiu este caminho.
Trs projetos preliminares
– o Projeto ENFI, da Universidade Gallaudet, o projeto CSILE, da Universidade
de Toronto e o Projeto Fifth Dimension, da Universidade da California em San
Diego – foram precursores naquilo que posteriormente ascenderia como a
rea que compreende a CSCL. Todos os trs exploraram o uso da tecnologia com o
intento de melhorar a aprendizagem relacionada literatura.
O Projeto ENFI produziu
alguns dos primeiros exemplos de programas para composio literria com
suporte computacional ou CSC Writing (Bruce & Rubin, 1993; Gruber, Peyton
& Bruce, 1995). Alunos que estudaram na Gallaudet so surdos ou tm pouca
audio; muitos destes alunos entraram na faculdade com deficincias na
comunicao escrita. O objetivo do Projeto ENFI foi o de engajar os alunos em
escrever de duas novas maneiras: introduz-los idia de escrever mentalizando
uma 'voz' e escrever tendo uma audincia em mente. As tecnologias ento
desenvolvidas, ainda que avanadas poca, parecem rudimentares para os
padres atuais. Salas de aula especiais foram construdas com mesas de
computadores arranjadas em crculo. Um software que lembra os programas de chat
atuais foi desenvolvido para possibilitar aos alunos e ao instrutor discusses
textuais mediadas. Por prover um novo meio para comunicao textual, a
tecnologia no projeto ENFI foi projetada para dar suporte a uma nova forma de
construo de significados.
Outro projeto preliminar
influente foi desenvolvido por Bereiter e Scardamalia, na Universidade de
Toronto. Eles estavam preocupados pelo fato da aprendizagem em escolas ser
freqentemente superficial e pouco motivante. Eles compararam a aprendizagem
que acontece nas salas de aula com a que ocorre nas comunidades de construo
de conhecimento (Beretier, 2002; Scardamalia & Bereiter, 1996), como nas
comunidades de alunos direcionadas a um problema de pesquisa. No projeto CSILE
(Computer Supported Intentional Learning Environment), posteriormente conhecido
como Knowledge Forum, eles desenvolveram tecnologias e pedagogias para tornar
as salas de aula em comunidades de construo de conhecimento. Assim como no
Projeto ENFI, o CSILE buscou tornar a escrita mais significante, estimulando os
alunos a produzir textos em conjunto. Entretanto, os textos produzidos em cada
projeto eram muito distintos. Os textos do ENFI eram conversacionais;
produzidos espontaneamente e geralmente no preservados aps o trmino de uma
aula. Os textos do CSILE, por outro lado, eram arquivados, como literatura
escolar tradicional.
Como no caso do CSILE, o
interesse inicial do projeto Fifth Dimension (5thD) era aprimorar a habilidade
de leitura (Cole, 1996). Ele comeou com um programa ps-escola organizado por
Cole e alguns colegas da Universidade Rockefeller. Quando o Laboratrio de
Cognio Humana Comparativa (LCHC) mudou-se para a Universidade da Califrnia
em San Diego, o 5thD foi transformado em um sistema integrado de atividades
baseadas no computador, selecionadas para aumentar a habilidade de leitura e de
resoluo de problemas dos alunos. Introduziu-se o Maze, um jogo de tabuleiro
cujo layout tem diferentes salas representando atividades especficas, como um
mecanismo para registrar o progresso dos alunos e coordenar a participao no
5thD. O trabalho dos alunos foi acompanhado por revisores mais capacitados e
por alunos de graduao voluntrios da Escola de Educao. O programa foi
originalmente implementado em quatro localidades em San Diego, sendo
eventualmente expandido para vrios lugares do mundo (Nicolopoulou & Cole,
1993).
Todos estes projetos
– ENFI, CSILE e 5thD – compartilharam o objetivo de orientar a
educao construo de significado. Todos os trs usaram computador e
tecnologias da informao como recursos para atingir este objetivo, e
introduziram novas formas de atividade social na instruo. Deste modo, eles
fundaram as bases para a subseqente ascenso da CSCL.
Em 1983, um workshop sobre
o tpico resoluo conjunta de problemas e microcomputadores ocorreu em San
Diego. Seis anos depois, houve um workshop promovido pela OTAN em Maratea,
Itlia. O workshop de 1989 em Maratea considerado por muitos a marca do
nascimento da rea, como a primeira ocorrncia pblica e internacional do uso
do termo aprendizagem colaborativa com suporte computacional como ttulo.
A primeira conferncia
propriamente de CSCL foi organizada na Universidade de Indiana, no outono de
1995. Outros encontros internacionais posteriores ocorreram pelo menos a cada
dois anos, com conferncias na Universidade de Toronto, em 1997, Universidade
de Stanford em 1999, Universidade de Maastricht na Holanda em 2001,
Universidade de Colorado em 2002, Universidade de Bergen na Noruega em 2003 e
na Universidade Nacional Central em Taiwan em 2005.
Uma litertura especializada
documentando a teoria e a pesquisa em CSCL foi desenvolvida desde o workshop em
Maratea promovido pela OTAN. Os quatro documentos mais influentes so: Newman,
Griffin, and Cole (1989) The Construction Zone, Bruffee (1993)
Collaborative Learning, Crook (1994) Computers and the Collaborative
Experience of Learning, and Bereiter (2002) Education and Mind in the
Knowledge Age.
Adicionalmente, foram
editadas vrias colees com foco especfico na pesquisa de CSCL: OMalley
(1995) Computer-Supported Collaborative
Learning, Koschmann (1996b) CSCL:
Theory and Practice of an Emerging Paradigm, Dillenbourg (1999b) Collaborative Learning: Cognitive and
Computational Approaches, e Koschmann, Hall & Miyake (2002) CSCL2: Carrying Forward the Conversation.
Uma srie (de livros) em
CSCL publicada pela Kluwer (agora Springer) inclui cinco volumes at o momento:
(Andriessen, Baker, & Suthers, 2003; Bromme, Hesse, & Spada, 2005;
Goodyear et al., 2004; Strijbos,
Kirschner, & Martens, 2004; Wasson, Ludvigsen, & Hoppe, 2003). Os anais
das conferncias CSCL foram o principal veculo para publicaes da rea.
Vrios peridicos tambm desempenharam este papel, particularmente o Journal
of the Learning Sciences. O International Journal of Computer-Supported
Collaborative Learning comear a ser publicado em 2006. Apesar da
comunidade estar originalmente centrada na Europa Ocidental e na Amrica do
Norte, ela evoluiu para uma participao internacional bem equilibrada
(Hoadley, 2005; Kienle & Wessner, 2005). A conferncia de Taiwan de 2005 e
o estabelecimento do novo peridico internacional foram projetados para tornar esta
comunidade verdadeiramente global.
Pode-se comparar a rea de
CSCL com as iniciativas anteriores do uso de computadores na educao. Koshmann
(1996a) identificou a seguinte seqncia histrica de iniciativas: (a)
instruo assistida por computador, (b) sistemas tutores inteligentes, (c)
Logo, (d) CSCL. (a) A instruo assistida por computador foi uma abordagem
behaviorista que dominou os primeiros anos das aplicaes computacionais
educacionais, iniciadas nos anos 1960. Nesta viso, a aprendizagem confundia-se
com a memorizao de fatos. Domnios de conhecimento eram subdivididos em fatos
elementares e apresentados aos alunos numa seqncia lgica atravs de
repeties e prticas computadorizadas. Muitos softwares educacionais
comerciais ainda seguem esta abordagem. (b) Sistemas Tutores Inteligentes eram
baseados numa filosofia cognitivista que analisa a aprendizagem de cada aluno
atravs de modelos mentais e de representaes mentais potencialmente equivocadas.
Rejeitaram a viso behaviorista de que poderia haver um suporte aprendizagem
sem levar em conta como os alunos representam e processam o conhecimento.
Considerada particularmente promissora nos anos 1970, esta abordagem criou
modelos computacionais do entendimento dos alunos e ento respondeu s suas
aes com base em ocorrncias de erros tpicos identificados nos modelos. (c)
Esforos nos anos 1980, exemplificados pelo ensino da linguagem de programao
Logo, foram uma tentativa construtivista, cuja argumentao baseava-se no fato
de que os alunos deveriam construir o seu conhecimento por eles mesmos. Esta
abordagem ofereceu ambientes estimulantes para alunos explorarem e descobrirem
o poder do raciocnio, como ilustrado nos elementos de programao: funes,
sub-rotinas, loops, variveis, recurso, etc. (d) Durante a metade dos anos
1990, as abordagens CSCL comearam a explorar como computadores poderiam
agrupar os alunos para aprender colaborativamente em pequenos grupos e em
comunidades de aprendizagem. Motivadas pelo construtivismo social e teorias de
dilogo, buscaram oferecer e dar suporte, para que juntos, os alunos
construssem conhecimento compartilhado.
Quando os mainframes
comearam a ser disponibilizados para o uso escolar e os microcomputadores
comearam a aparecer, a inteligncia artificial (IA) estava perto do apogeu da
sua popularidade. Era natural que pesquisadores de computao interessados em
aplicaes educacionais da tecnologia computacional se sentissem atrados pelas
excitantes promessas da IA. IA o software que imita quase com perfeio
comportamentos que podem ser considerados inteligentes se feitos por um humano
(ex: jogar xadrez levando em conta os prs e contras das seqncias
alternativas de movimentos possveis). Sistemas Tutores Inteligentes constituem
bons exemplos de IA, porque eles replicam a ao de um tutor humano –
oferecendo respostas s entradas dos alunos (ex: detalhando etapas para a
resoluo de um problema de matemtica) atravs da anlise das estratgias de
resoluo de problemas dos alunos e do oferecimento de dicas atravs da
comparao das aes dos alunos com modelos programados de entendimentos
corretos e incorretos acerca do assunto em questo. Esta ainda uma rea ativa
de pesquisa das cincias da aprendizagem, mas se limita aos domnios de
conhecimento nos quais modelos mentais podem ser definidos algoritmicamente.
Na sua forma mais
ambiciosa, a abordagem IA tentou atribuir ao computador certas funes de
ensino que iriam requerer tempo e interveno de um professor. Para a CSCL, o
foco da aprendizagem aprender atravs da colaborao com outros alunos em vez
de diretamente do professor. Conseqentemente, o papel do computador passa de
provedor de instruo – ainda que na forma de fatos da instruo apoiada
por computador ou na forma de feedback de sistemas tutores inteligentes –
para sustentculo da colaborao, atravs do oferecimento de meios de
comunicao e apoio interao produtiva dos alunos.
O provimento de meios de
comunicao a forma bsica de suporte colaborao que o computador oferece
(ex: a rede de computadores conectada atravs da Internet). Exemplos so
e-mail, chat, fruns de discusso, videoconferncia, mensagem instantnea, etc.
Sistemas CSCL oferecem tipicamente uma combinao de diversos meios de
comunicao, com funcionalidades especiais adicionadas.
Adicionalmente, ambientes
de software CSCL oferecem vrias formas de suporte pedaggico ou apoio
aprendizagem colaborativa, que podem ser implementados com tcnicas computacionais
complexas, incluindo as tcnicas de IA. Eles podem oferecer vises alternativas
da discusso em andamento entre os alunos e das informaes compartilhadas que
emergem desta discusso. Eles podem prover feedback, possivelmente baseado num
modelo de como grupos atacam problemas. Eles podem dar suporte social atravs
do monitoramento de padres de interao e do oferecimento de feedback aos
alunos. Na maioria dos casos, o processo de colaborao entre os alunos (e,
freqentemente, o professor, tutor ou mentor) mais importante do que o
computador. O software feito para dar suporte, e no para substituir esses
processos.
Na poca da primeira
conferncia bianual de CSCL, Dillenbourg, et al. (1996) analisaram a evoluo
da pesquisa em aprendizagem colaborativa:
Por muitos
anos, teorias da aprendizagem colaborativa tenderam a focar em como indivduos
funcionam em grupo. Isto refletia uma posio que era dominante tanto na
psicologia cognitiva quanto na inteligncia artificial nos anos 1970 e incio
dos anos 1980, quando a cognio era vista como um produto dos processadores de
informao individuais, e quando o contexto da interao social era visto mais
como background para atividades individuais do que como um foco de pesquisa.
Mais recentemente, o grupo propriamente tornou-se a unidade de anlise e
o foco se deslocou emergncia das propriedades
da interao, construdas socialmente.
Em termos de
pesquisa emprica, o objetivo inicial foi estabelecer se e sobre quais circunstncias
a aprendizagem colaborativa seria mais efetiva do a individual. Pesquisadores
controlavam uma srie de variveis independentes (tamanho do grupo, composio
do grupo, natureza da tarefa, meio de comunicao e assim por diante).
Entretanto, estas variveis interagiam umas com as outras de uma forma que foi
quase impossvel estabelecer relaes casuais entre as condies e os efeitos
da colaborao. Conseqentemente, estudos empricos recentes mudaram o foco de estabelecer
parmetros para colaborao efetiva para a tentativa de se entender o
objetivo que cada varivel tem na interao mediada. Esta mudana para uma
viso orientada a processos requer novas ferramentas para analisar e modelar
interaes. (p.189, nfase adicionada)
A pesquisa revisada por
Dillenbourg et al. - que estudou os efeitos da influncia de variveis da
colaborao na aprendizagem individual – no produziu resultados claros.
Efeitos em funo do gnero ou da composio do grupo (ex: nveis de
competncia homogneos ou heterogneos) podem ser completamente diversos em
idades diferentes, em domnios diferentes, com professores diferentes e assim
por diante. Isto no violou apenas suposies metodolgicas de independncia de
variveis, mas tambm levantou questes sobre como entender o que est por trs
destes efeitos. Isto significa entender em detalhe o que ocorreu nas interaes
do grupo que possa ter causado tais efeitos, o que requer o desenvolvimento de
metodologias para anlise e interpretao das interaes do grupo. O foco no
est mais no que possa estar se passando nas mentes dos aprendizes
individuais, mas no que est se passando entre e atravs deles nas suas
interaes.
O deslocamento do foco da
anlise para grupo como unidade coincidiu com o entendimento da comunidade como
o agente da aprendizagem situada (Lave, 1991) ou construo colaborativa de
conhecimento (Scardamalia & Bereiter, 1991). Mas isto tambm estimulou a
elaborao de uma teoria social da mente, como a que Vygotsky (1930/1978) j
tinha comeado a esboar, que poderia clarificar a relao dos aprendizes
individuais com a aprendizagem colaborativa em grupos ou comunidades.
De acordo com Vygotsky,
aprendizes individuais tm capacidades de desenvolvimento diferentes em
situaes colaborativas das que eles tm quando esto trabalhando sozinhos.
Este conceito de zona de desenvolvimento proximal definido como a medida
das diferenas entre estas duas capacidades. Isto significa que no se pode
medir a aprendizagem – ainda que a aprendizagem individual – que
ocorre nas situaes colaborativas com o uso de pr- e ps-testes que medem as
capacidades dos indivduos quando estes esto trabalhando sozinhos. Para
perceber o que ocorre durante a aprendizagem colaborativa, no adianta teorizar
sobre os modelos mentais dos indivduos, porque estes no capturam a construo
de significado compartilhada que ocorre durante as interaes colaborativas.
Colaborao
primordialmente conceitualizada como o processo de construo de significado
compartilhado. A construo de significado no assumida como uma expresso de
representaes mentais dos participantes individuais, mas sim como uma
realizao da interao. A construo de significado pode ser analisada como se
ocorresse durante as seqncias de declaraes ou mensagens dos mltiplos
participantes. O significado no atribuvel s declaraes individuais dos
alunos porque o significado tipicamente depende das referncias indexadas
situao compartilhada, das referncias elpticas para declaraes anteriores e
das preferncias que sero usadas em declaraes futuras (Stahl, 2006).
Observar a aprendizagem em
situaes colaborativas diferente de observ-la em aprendizes isolados.
Primeiro, em situaes de colaborao, os participantes mostram necessariamente
de forma visvel sua aprendizagem como parte do processo da colaborao.
Segundo, as observaes acontecem durante perodos de interao do grupo
relativamente curtos, em vez de durante perodos longos entre os pr- e
ps-testes.
Ironicamente, talvez, a
princpio seja mais fcil estudar a aprendizagem em grupos do que a
aprendizagem individual. Isto se deve necessidade que os participantes tm na
colaborao de mostrarem uns aos outros o seu entendimento do significado que
est sendo construdo na interao. Declaraes, textos e diagramas produzidos
durante a colaborao so feitos pelos participantes para expressar o seu
entendimento. Esta a base para a colaborao bem sucedida. Pesquisadores
podem tirar vantagens destas contribuies (assumindo que elas permeiam as
competncias interpretativas dos participantes e podem capturar um registro
adequado das contribuies, por exemplo, em vdeo digital). Pesquisadores podem
ento reconstruir o processo colaborativo atravs do qual cada participante do
grupo construiu o significado compartilhado, algo que foi aprendido em grupo.
Metodologias como anlise
de conversao (Sacks, 1992; ten Have, 1999) ou anlise de vdeo (Koschmann,
Stahl, & Zemel, 2005) baseadas na etnometodologia (Garfinkel, 1967)
produzem estudos de caso detalhados da construo colaborativa de significado.
Estes estudos de caso no so meramente curiosidades. Eles podem ser baseados
em procedimentos cientficos rigorosos com validade intersubjetiva, apesar de
serem de natureza interpretativa e no quantitativa. Eles tambm podem
representar resultados de aplicao genrica, nos quais os mtodos que as
pessoas usam para interagir so profundamente compartilhados (pelo menos em
comunidades ou culturas apropriadamente definidas).
Como a anlise dos mtodos da
interao ajuda a guiar o projeto das tecnologias e pedagogias na CSCL? Esta
questo aponta para a complexa interao entre educao e computadores na CSCL.
Edwin Thorndike (1912), um
dos fundadores do mtodo educacional tradicional, escreveu:
Se, por um
milagre da engenhosidade mecnica, um livro pudesse ser arranjado da forma que
apenas para quem fez o que est proposto na pgina um, a dois ficasse visvel,
e assim por diante, muito do que agora requer instruo pessoal poderia ser
gerenciado por documentos impressos ... Crianas poderiam ser ensinadas a usar
os materiais didticos de uma maneira mais til para o resto da vida. (p. 165)
Esta citao notvel em
dois aspectos. Por sugerir que a idia central da instruo apoiada por
computador precedesse o atual desenvolvimento de computadores; mas, mais
importante ainda, por mostrar como o objetivo da pesquisa em tecnologia
educacional est muito relacionada, de forma indistinguvel do objetivo
convencional da pesquisa em educao, ao enriquecimento da aprendizagem como
definida operacionalmente. Thorndike previu uma cincia educacional na qual
toda a aprendizagem mensurvel e, portanto, todas as inovaes educacionais
poderiam ser experimentalmente estimadas. Historicamente, pesquisas em
tecnologia educacional esto vinculadas a esta tradio e representam uma
especializao da mesma (cf., Cuban, 1986).
No passado, pesquisadores
em educao haviam tratado a aprendizagem como um fenmeno puramente
psicolgico. A aprendizagem era entendida a partir de trs caractersticas
essenciais: Primeiro, ela representa um registro de experincia. Segundo, a
aprendizagem sempre tratada como uma mudana que ocorre ao longo do tempo.
Finalmente, a aprendizagem geralmente vista como um processo indisponvel
para a inspeo direta (Koschmann, 2002a). Esta formulao to aceita
culturalmente que difcil conceber aprendizagem de outra forma. Ela est
respaldada em tradies estabelecidas na epistemologia e na filosofia da mente.
No entanto, a filosofia
contempornea colocou estas tradies em questo. Os chamados filsofos
edificadores (Rorty, 1974) – James, Dewey, Wittgenstein e Heidegger
– rebelaram-se contra a viso da aprendizagem como um evento inacessvel
no qual o conhecimento inscrito em uma mente individual. Eles aspiraram
construir uma nova viso da aprendizagem e do conhecimento, que seria
propriamente localizada no nosso dia-a-dia. A CSCL traz para si esta viso da
aprendizagem mais situada, rejeitando por conseguinte as bases da pesquisa
educacional convencional. A CSCL coloca a aprendizagem como o significado da
negociao realizada no mundo social e no nas mentes dos indivduos. Das
vrias teorias de aprendizagem scio-orientadas, a teoria da prtica social
(Lave & Wenger, 1991) e as teorias dialgicas da aprendizagem (ex: Hicks, 1996)
tm uma viso da aprendizagem como a construo de significado de forma
socialmente organizada. A teoria da prtica social foca num aspecto da
negociao de significado: a negociao da identidade social dentro de uma
comunidade. As teorias dialgicas colocam a aprendizagem como o desenvolvimento
emergente de significado dentro da interao social. Juntas, elas compreendem a
base para uma nova forma de como pensar sobre e estudar a aprendizagem.
Projetar em CSCL criar
artefatos, atividades e ambientes que melhorem as prticas da construo de
significado em grupo. Os rpidos avanos nos computadores e nas tecnologias de
comunicao das ltimas dcadas, como a Internet, mudaram dramaticamente a
maneira que trabalhamos, brincamos e aprendemos. Entretanto, nenhuma forma de
tecnologia, no importando o quanto de inteligncia foi aplicada no seu
projeto, tem a capacidade de, por si s, mudar a prtica. Para se criar a
possibilidade de alguma prtica enriquecedora, so necessrias formas de
projeto multifacetadas (trazendo conhecimento, teorias e prticas de vrias
disciplinas): projetar o que relacionado ao currculo (projeto pedaggico e
didtico), recursos (cincias da informao e da comunicao), estruturas de
participao (projeto da interao), ferramentas (projetar casos de estudo), e
ao espao circundante (arquitetura).
LeBaron (2002) sugere que
A tecnologia no existe independentemente do seu uso. Substitua 'atividades,
artefatos e ambientes' por 'tecnologia' e a mensagem continua sendo a mesma
– estes elementos no podem definir novas formas de prtica, mas so
constitudos na prticas. Um ambiente projetado para uma forma desejada de
prtica se realiza atravs das aes organizadas dos seus habitantes.
Ferramentas e artefatos so apenas ferramentas e artefatos, tornando-se
relevantes pelos participantes na sua prtica. At mesmo as atividades so
apenas consideradas reconhecveis pelo modo que os participantes orientam-se a
elas como formas ordenadas de ao conjunta.
Projeto de software para
CSCL, conseqentemente, deve ser acoplado anlise dos significados
construdos dentro das prticas emergentes. Significados refletem experincias
passadas e esto abertos para negociaes e reavaliaes a todo tempo. Alm do
mais, nem os analistas nem os participantes tm acesso privilegiado s
interpretaes subjetivas dos outros. Apesar destas questes, os participantes
se engajam rotineiramente em atividades coordenadas e operam como se o
compartilhamento de entendimentos fosse possvel e alcanvel. Uma questo
fundamental, conseqentemente, : Como isto feito? Para projetar tecnologia
para dar suporte aprendizagem colaborativa e construo de conhecimento,
ns temos que entender mais detalhadamente como grupos pequenos de aprendizes
constroem significados compartilhados usando vrios artefatos e mdias.
A questo de como a intersubjetividade
acontece tem sido abordada em uma variedade de disciplinas especializadas tais
como a pragmtica (Levinson, 2000; Sperber & Wilson, 1982), a psicologia
social (Rommetveit, 1974), a antropologia lingstica (Hanks, 1996) e a
sociologia (cd. Goffman, 1974), especialmente pesquisa sociolgica na tradio
etnometodolgica (Garfinkel, 1967; Heritage, 1984). O problema da
intersubjetividade de relevncia especial para aqueles que querem entender
como a aprendizagem produzida na interao. A aprendizagem pode ser
construda como o ato de colocar significados divergentes em contato (Kicks,
1996), e a instruo como os ajustes sociais e materiais que fomentem tal
negociao. A anlise das prticas de construo de significado remete
apropriao dos mtodos e preocupaes da psicologia (especialmente no que
tange aos aspectos discursivas e culturais), sociologia (especialmente as
tradies micro sociolgicas e etnometodolgicas), antropologia (incluindo a
antropologia lingstica e antropologias do ambiente circundante), pragmtica,
filosofia, estudos de comunicao, cincia organizacional e outros.
A pesquisa na CSCL tem
tanto componentes analticos como de projeto. A anlise da construo de
significado indutiva. Ela busca apenas descobrir o qu as pessoas esto
fazendo a cada momento nas interaes, sem prescrio ou avaliao. O projeto,
por outro lado, prescritivo por natureza – qualquer esforo para
reformulao comea da pressuposio que h maneiras melhores e piores de se
fazer as coisas. Entretanto, projetar para melhorar a construo de
significado, requer rigorosos estudos de prticas. Desta forma, a relao entre
anlise e projeto simbitica – o projeto deve ser orientado pela
anlise, mas a anlise tambm depende do projeto quanto sua orientao ao
objeto analtico (Koschmann et al., 2005).
A CSCL deve continuar com o
seu trabalho de auto-inveno. Novas teorias devem ser introduzidas, anlises das
prticas da aprendizagem apresentadas, e artefatos produzidos acompanhados das
teorias que explicitem como eles podem contribuir construo de significado.
O projeto da tecnologia CSCL, que abre novas possibilidades aprendizagem
colaborativa, deve ser fundamentado na anlise da natureza da aprendizagem
colaborativa.
Koschmann (2002b)
apresentou uma descrio programtica da CSCL ao discursar como preletor da
conferncia CSCL 2002:
CSCL uma rea de estudo envolvida primordialmente com significado e prticas da
construo de significado no contexto da atividade conjunta, e com as formas
nas quais estas prticas so mediadas atravs de artefatos projetados. (p. 18)
O aspecto da aprendizagem
colaborativa que talvez o mais difcil de se entender em detalhe o que pode
ser chamado de prticas da construo de significado no contexto de atividades
conjuntas, aprendizagem intersubjetiva (Suthers, 2005) ou cognio
em grupo (Stahl, 2006). Esta a aprendizagem que no se realiza simplesmente
na interao, mas que est realmente constituda nas interaes entre
participantes. Conforme Garfinkel, Koschmann et al. (2005) argumentaram a favor
do estudo dos mtodos dos membros do grupo construo de significado: como
os participantes em tais situaes [instrucionais] realmente saem construindo aprendizagem (nfase no original). Para entender melhor
como os processos cognitivos dos participantes so influenciados pela interao
social, ns precisamos entender como os eventos da aprendizagem propriamente
ditos acontecem nas interaes entre os participantes.
O estudo da construo
conjunta de significado ainda no proeminente dentro da prtica da CSCL.
Mesmo quando os processos de interao (em vez dos resultados da aprendizagem
individual) so examinados em detalhe, a anlise tipicamente feita atravs da
designao de cdigos para categorias e da contagem de caractersticas
pr-definidas. No fundo, esta codificao substitui categorias pr-concebidas
de comportamento para o fenmeno de interesse, no lugar de procurar descobrir
estes fenmenos em suas situaes nicas (Stahl, 2002).
Poucos estudos publicados
na literatura da CSCL atacaram diretamente este problema que a descrio do
qu constitui a intersubjetividade na interao (por exemplo, Koschmann et
al., 2003; Koschmann et al., 2005; Roschelle, 1996; Stahl, 2006). No
seu estudo, Roschelle projetou um software especial para dar suporte construo
de significados relacionados com a fsica, definiu atividades didticas para
engajar os aprendizes na soluo conjunta destes problemas e analisou as suas
prticas colaborativas detalhadamente. O trabalho de Koschmann de uma forma
geral investigou a emergncia da problematizao: como grupos de alunos
caracterizam coletivamente uma situao como problemtica e portanto, sujeita a
uma anlise mais profunda.
Stahl (2006) argumenta que
grupos pequenos so as melhores unidades de investigao para o estudo da
construo de significado intersubjetiva, por vrias razes. Objetivamente, nos
grupos pequenos os mtodos dos membros para a aprendizagem intersubjetiva podem
ser observados. Grupos de vrios membros possibilitam o aparecimento que uma
extensa gama de interaes sociais, mas no devem ser to grandes a ponto dos
pesquisadores se perderem. A construo compartilhada de significado mais
visvel e disponvel para pesquisa na unidade de investigao caracterizada
pelo grupos pequeno, onde ela aparece como cognio do grupo. Grupos
pequenos, alm de se localizarem na fronteira entre os indivduos e uma
comunidade, fazem a sua mediao. A construo de conhecimento em grupos
pequenos torna-se internalizada pelos seus membros como aprendizagem
individual e externalizada nas suas comunidades como conhecimento certificvel
(Stahl, 2006). Entretanto, grupos pequenos no devem ser o nico agrupamento
social estudado. A anlise de mudanas de larga escala em comunidades e
organizaes pode levar a um entendimento do fenmeno da aprendizagem social
emergente, bem como elucidar o papel dos grupos responsveis em conduzir estas
mudanas.
O estudo da aprendizagem
intersubjetiva realizada de forma interativa ou cognio do grupo implica em
questes interessantes que so as mais desafiadoras de qualquer cincia
social-comportamental, e tambm tocam na nossa natureza como seres conscientes.
O fenmeno cognitivo acontece transpessoalmente no discurso do grupo? Como
possvel aprendizagem, geralmente aceita como uma funo cognitiva, ser
distribuda entre pessoas e artefatos? Como ns podemos entender o conhecimento
como a realizao de uma prtica em vez de uma posse ou at mesmo
pr-disposio?
No contexto da CSCL, as
interaes entre os membros do grupo so mediadas pelos ambientes
computacionais. A segunda metade da definio programtica de Koschmann no
domnio da CSCL diz que as formas que estas prticas [construo de
significado no contexto da atividade conjunta] so mediadas atravs de
artefatos projetados. Suporte computacional para a construo intersubjetiva
de significado o que faz esta rea ser nica.
O lado tecnolgico da
agenda da CSCL foca no projeto e no estudo de tecnologias fundamentalmente
sociais. Ser fundamentalmente social implica na tecnologia ser projetada
especificamente para mediar e encorajar aes sociais que constituem a
aprendizagem em grupo e levam aprendizagem individual. O projeto deve
alavancar as oportunidades nicas oferecidas pela tecnologia em vez de replicar
suporte aprendizagem que poderia ser feita atravs de outros meios, ou (pior
ainda) tentar forar a tecnologia a servir para algo ao qual no adequada. O
que que nico na tecnologia da informao que poderia potencialmente se
enquadrar neste papel?
O meio computacional reconfigurvel.
Representaes so dinmicas: fcil mover coisas e reverter aes. fcil
replicar estas aes em outro lugar: pode-se superar tempo e espao. Estas
caractersticas fazem a tecnologia da informao ser atrativa como um canal de
comunicao, todavia, devemos explorar a tecnologia pelo seu potencial de
tornar possveis novas interaes, e no us-la para replicar a interao
face-a-face.
Ambientes de comunicao mediados pelo computador
transformam comunicao em substncia (Dillenbourg, 2005). O registro de uma
atividade pode ser mantido, reapresentado e at mesmo modificado com um
produto. Devemos explorar o potencial dos registros da interao e da
colaborao como um recurso aprendizagem intersubjetiva.
O meio computacional pode analisar o estado da rea
de trabalho e as seqncias de interao, e de acordo com estas informaes, se
reconfigurar ou oferecer dicas. Devemos explorar o potencial adaptativo deste
meio de modo a influenciar no curso dos processos intersubjetivos e tirar
vantagem de suas habilidades de sinalizar, analisar e responder seletivamente.
A comunicao humana e o
uso de recursos representacionais para esta comunicao muito flexvel:
tecnologias podem abrir possibilidades, mas elas no podem consertar
significados ou nem mesmo especificar funes comunicativas (Dwyer &
Suthers, 2005). Ciente disto, a pesquisa na CSCL precisa identificar as
vantagens nicas do meio computacional, e explorar como usado pelos
colaboradores e como influencia a construo de significado. A partir desta
realidade, iremos projetar tecnologias que ofeream conjuntos de
funcionalidades com as quais os participantes possam engajar-se de forma
interativa na aprendizagem, sob variadas formas de orientao.
CSCL pode ser atualmente
caracterizada como constituda por trs tradies metodolgicas: experimental,
descritiva e projeto iterativo.
Muitos estudos empricos da
CSCL seguem o paradigma experimental dominante que compara uma
interveno a uma condio de controle em termos de uma ou mais variveis (ex:
Baker & Lund, 1997; Rummel & Spada, 2005;Suthers & Hundhausen,
2003; Van Der Pol, Admiraal, & Simons, 2003; Weinberger et al.,
2005). A anlise de dados na maioria destes estudos feita atravs de
codificao e contagem: interaes so categorizadas e/ou os resultados da aprendizagem medidos, e as
mdias do grupo so comparadas atravs de mtodos estatsticos, a fim de tirar
concluses gerais sobre os efeitos das variveis manipuladas sobre comportamento
agregado do grupo (mdia aritmtica). Estes estudos no analisam diretamente a
realizao da aprendizagem intersubjetiva. Uma anlise apropriada deve examinar
a estrutura e inteno dos casos notveis de interao em vez de contar e
agregar categorias comportamentais.
A tradio etnometodolgica
(exemplificada na CSCL por Koschmann et al., 2003; Koschmann et al.,
2005; Roschelle, 1996; Stahl, 2006) mais adequada anlise descritiva
de casos. Vdeos ou transcries dos aprendizes ou de outros membros da
comunidade de aprendizagem so estudados para descobrir os mtodos atravs dos
quais grupos conseguem aprender. Esta abordagem guiada pelos dados, e busca
descobrir padres nos dados em vez de impor categorias tericas. A anlise
freqentemente micro analtica, examinando episdios breves em grande nvel de
detalhe. Metodologias descritivas so adequadas para afirmaes
existencialmente quantificveis (Ex: que uma comunidade algumas vezes se engaja
em uma determinada prtica). No entanto, por sermos cientistas e projetistas,
gostaramos de fazer generalizaes causais sobre os efeitos das escolhas de
projeto. Metodologias descritivas so menos adequadas para fornecer provas
quantitativas sobre os efeitos de uma interveno, que a esfera da
metodologia experimental, ainda que se possa freqentemente entender como as prticas
muito gerais funcionam.
Dentre os mtodos
analticos tradicionais da psicologia experimental, faltam os mtodos dos membros
do grupo atravs dos quais a aprendizagem colaborativa alcanada – a
construo intersubjetiva de significado. Mas isto no quer dizer que todas as
pesquisas na CSCL devam ser etnometodolgicas. Mais do que isso, as
consideraes anteriores sugerem que exploremos metodologias hbridas de
pesquisa (Johnson & Onwuegbuzie, 2004). Projetos experimentais podem
continuar a comparar intervenes, mas as comparaes seriam feitas dentro dos
termos das caractersticas identificadas nas micro anlises de como a
tecnologia da informao influencia, e apropriada para os mtodos dos membros
do grupo na construo conjunta de significados. Conceitualmente, a anlise do
processo muda do codificar e contar para o explorar e entender as formas
nas quais variveis de projeto influenciam o suporte para a construo de
significado. Tais anlises consomem tempo: devemos explorar, de modo a nos
auxiliar nas pesquisas, o desenvolvimento de instrumentao para os ambientes
de aprendizagem e da visualizao automatizada e da consulta dos logs de
interao (como em Cakir et al., 2005; Donmez et al., 2005). Por
outro lado, as anlises tradicionais, especialmente os resultados das medidas
da aprendizagem, alm do codificar e contar, tambm devem ser usados de modo
a obter indicadores rpidos de onde anlises detalhadas so necessrias, conseqentemente,
voltando o foco para o detalhamento do trabalho (como em Zemel, Xhafa, &
Stahl, 2005).
A tradio do projeto
iterativo exemplificada por Fischer & Ostwald (2005), Lingnau, et al.
(2003) e Guzdial et al. (1997). Guiados pelas interaes entre teorias que
esto a evoluir, observaes informais e do engajamento das partes
interessadas, pesquisadores orientados a projetos aperfeioam continuamente os
artefatos destinados mediao da aprendizagem e da colaborao. Suas
pesquisas no so necessariamente nem qualitativas nem quantitativas, mas
tambm podem ser interrogativas (Goldman, Crosby, & Shea, 2004) –
explorativas e intervencionistas. No basta somente observar o comportamento das
pessoas ao usarem um software novo. Precisamos explorar os espaos de design
possveis, adentrando novas reas e identificando caractersticas promissoras
que devem ser mais profundamente estudadas sob o crivo de outras tradies
metodolgicas. Projetistas devem conduzir micro anlises da aprendizagem
colaborativa com e pela tecnologia, de modo a identificar as caractersticas
dos artefatos projetados que aparentam ter correlao com a aprendizagem
efetiva. Quando uma nova tcnica de interveno testada, mtodos
experimentais podem ser usados para documentar diferenas significativas
enquanto que mtodos descritivos podem documentar como as intervenes medeiam
as interaes colaborativas de forma diferente. A conversao entre as
pressuposies tericas da etnometodologia e as do projeto podem levar a uma
tecnometodologia que altera a essncia dos objetivos do projeto (Button &
Dourish, 1996).
importante ressaltar uma
limitao potencial das metodologias descritivas. Se focarmos em achar exemplos
de como os membros alcanam de modo efetivo a aprendizagem, podemos suprimir
muitos exemplos de como eles tambm falham em alcan-la. No entanto, para
tentarmos achar algo que no existe, precisamos ter uma idia do que estamos
procurando. Uma iniciativa puramente guiada por dados que leva a uma teoria,
mas que nunca a aplica, no adequada. Mtodos descritivos podem ser
modificados para atender esta necessidade. Padres comuns encontrados em
episdios da aprendizagem efetiva subseqentemente tornam-se as categorias tericas
que procuramos em algum outro lugar com mtodos analticos, e talvez no
estejam presentes em instncias de colaborao mal-sucedidas. Tendo
identificado onde os mtodos bem-sucedidos no foram aplicados, podemos
ento examinar a situao para determinar qual condio faltou ou foi a
responsvel pelo insucesso. Instncias nicas ou que no podem ser reproduzidas
nas quais a colaborao usando tecnologia falha, provem introspeces sobre o
que est acontecendo, mas normalmente passam despercebidas. Entretanto, deve-se
ter cuidado em garantir que ao se achar exemplos de casos onde a interao que
leva aprendizagem no foi alcanada, no se percam de vista outros xitos
alcanados pelos participantes! Por exemplo, o estabelecimento e a manuteno
da identidade individual e do grupo so importantes para os participantes
(Whitworth, Gallupe, & MCQueen, 2000), e certamente so uma forma de
aprendizagem situada, ainda que pesquisadores possam inicialmente identificar
isto como um bate-papo despropositado.
Vimos que a pesquisa em
CSCL deve responder a mltiplos objetivos e restries. A comunidade de
pesquisa necessariamente inclui pessoas de uma variedade de experincias e
profisses e de abordagens de pesquisa. Eles trazem consigo os seus diferentes
paradigmas, vises contrastantes sobre os dados, mtodos de anlise, formatos
de apresentao, conceitos de rigor e vocabulrios tcnicos. Eles vm de todas
as partes do mundo com suas diversas culturas e lnguas nativas. CSCL uma rea
que evolui rapidamente, estando localizada na interseo de outras reas (como
as cincias da aprendizagem em geral) que esto em constante transformao.
Participantes da comunidade esto a todo tempo operando dentro das diversas
concepes da CSCL. Por exemplo, Sfard (1998) define duas amplas e
irreconciliveis metforas da aprendizagem que so relevantes CSCL, em uma
das quais, a metfora da aquisio, a aprendizagem consiste de aquisio
individual de conhecimento armazenado nas suas mentes, e a metfora da
participao, na qual a aprendizagem consiste das participaes crescentes em
comunidades de prtica. Lipponen, Hakkarainen & Paavola, (2004) acrescentam
uma terceira metfora baseada em Bereiter (2002) e Engestrm (1987): a metfora
da criao do conhecimento, na qual novos objetos de conhecimento ou prticas
sociais so criados por meio da colaborao. Conseqentemente, difcil
apresentar uma definio nica, consistente e compreensvel da teoria da CSCL,
assim como das suas metodologia, descobertas ou melhores prticas. De certo
modo, somos forados a concluir que a CSCL hoje necessariamente segue
abordagens aparentemente irreconciliveis – como Sfard argumenta. Pode-se
especular que abordagens mais integradas e hbridas venham a ser possveis no
futuro, como tentamos sugerir.
A metodologia de pesquisa
em CSCL est segmentada em trs abordagens: experimental, descritiva e projeto
iterativo. Apesar de algumas vezes combinadas em um nico projeto de pesquisa,
as metodologias ainda assim, so mantidas separadas acompanhadas de estudos ou
anlises parte de um nico estudo. Pesquisadores s vezes vestem chapus diferentes
num mesmo projeto, representando interesses variados de pesquisa e
metodologias. Esta situao pode ser produtiva: os experimentalistas continuam
a identificar variveis que afetam parmetros gerais do comportamento
colaborativo, os etnometodologistas identificam padres de atividades conjuntas
que so essenciais construo de significado, e os projetistas (iterativos)
inovam ao adaptar de forma criativa novas possibilidades tecnolgicas. Entretanto,
experimentalistas podem comear a focar nas variveis dependentes que refletem
diretamente o fenmeno de interesse para os pesquisadores descritivos (Fischer
& Granoo, 1995), etnometodologistas podem buscar regularidades pressagiosas
na construo de significados mediados por tecnologia que possam orientar o
projeto, e os projetistas (iterativos) podem gerar e estimar novas
possibilidades tecnolgicas baseadas nas atividades de construo de
significado que elas propiciam. Assistncia mtua e colaborao prxima so
possveis atravs de metodologias hbridas, como por exemplo, aplicao de
mtodos analticos descritivos mais ricos compreenso das implicaes das
manipulaes experimentais e dos novos projetos iterativos, ou atravs do
suporte computacional s suas prprias atividades de construo de significado
como pesquisadores.
Pesquisadores da CSCL
formam uma comunidade de investigao que est ativamente construindo novas formas
de colaborar no projeto, anlise e implementao do suporte computacional
aprendizagem colaborativa. Uma conjunto amplo de mtodos de pesquisa das
cincias da aprendizagem pode ser til na anlise da aprendizagem colaborativa
com suporte computacional. Tendo as idias, mtodos e funcionalidades
apropriadas das reas correlacionadas, a CSCL pode em sua prxima fase
construir colaborativamente novas teorias, metodologias e tecnologias
especficas tarefa de analisar as prticas sociais da construo de
significado intersubjetiva a fim de dar suporte aprendizagem colaborativa. Os
autores deste artigo argumentaram que a CSCL deve focar nas prticas de
construo de significado em grupos que colaboram e no projeto dos artefatos
tecnolgicos para mediar interao, em vez de focar na aprendizagem individual.
Se este foco pode, vai ou poder levar a um framework terico coerente e a
metodologias de pesquisa CSCL est para ser visto.
Uma verso deste artigo
est sendo publicada como (Stahl, Koshmann, & Suthers, 2006). Ela
beneficiou-se das sugestes editoriais de Keith Sawyer.
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